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  • Foto do escritorCarolina Abdalla

Criatividade e Inovação nas Práticas de Aprendizagem

Atualizado: 15 de jun. de 2023



1.Qual é a sua opinião sobre a importância da educação continuada no contexto atual?


Penso que a nossa educação brasileira está voltada para a educação do passado que exigia competências de multiplicação do conhecimento para ser desempenhadas como era exigido na revolução industrial.


Precisamos de uma reforma urgente na educação e aqueles que viveram essa aprendizagem com uma abordagem totalmente instrucional precisa rever o currículo para algumas atualizações que não fomos preparados no passado, como: o estímulo a criatividade, a capacidade de resolver problemas, a síntese das ideias, entre outras competências que a BNCC (Base Nacional Comum Curricular) já tratou de adicionar para o currículo do ensino básico e fundamental e a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) traz brilhantemente nas suas diretrizes curriculares projetada para 2030.


É claro que a educação continuada é extremamente importante no mercado de trabalho atual, pois as mudanças tecnológicas e dinâmicas ocorrem em um ritmo cada vez mais rápido. Para se manter competitivo e atualizado, é crucial que os trabalhadores sejam capazes de adquirir novas habilidades e conhecimentos ao longo de suas carreiras.


A educação continuada pode ser observada de várias maneiras, incluindo cursos presenciais e online, treinamentos oferecidos pelas empresas, workshops e palestras, além de outras formas de aprendizagem. É importante que os trabalhadores estejam dispostos a dedicar tempo e recursos para continuar aprendendo e se desenvolvendo profissionalmente.


2.Como você enxerga o papel das instituições de ensino na promoção dessa iniciativa?


É fundamental que as instituições de ensino promovam a educação continuada para a atualização do currículo e para habilidades pontuais práticas que vão oferecer vantagem competitiva do cursista no mercado de trabalho e soluções no processo de produção, criatividade para melhorar resultados, aplicação de ferramentas que facilitam a comunicação e assim por diante.


Principalmente aquelas com as metodologias ágeis que querem resolver pontualmente uma demanda de conhecimento ou habilidade a ser trabalhada para a atualização ou melhoria no currículo.


3.Qual a relevância da criatividade e inovação no processo de aprendizagem? Como podemos estimular essas habilidades nos alunos mackenzistas?


Observo que na formação discente brasileira está pouco voltada para estímulos à criatividade. Na minha pesquisa do mestrado em Portugal, observei que muitos profissionais e gestores da educação entendem a importância da criatividade para o currículo, mas não conseguem identificar de forma diversificada os espaços que podem ser explorados para que a competência criatividade e outras adjacentes, possam ser desenvolvidas de forma transversal às disciplinas na educação formal.


Estamos vivendo um momento singular do qual as transformações estão acontecendo de uma forma muito rápida e muitas vezes as respostas não estão prontas. Portanto, precisamos preparar este estudante para solucionar, dar ferramentas para ele pensar e criar estratégias.


Temos a obrigação de entregar uma educação do futuro para que essas profissões que ainda não existem, já possam ter profissionais preparados para o desafio que ainda está por vir.

4. Qual sua expectativa em ministrar essa palestra no Mackenzie?


Que os participantes conheçam um pouco mais sobre os estímulos para a competência criatividade nas suas práticas ou, àqueles que ainda não estão no mercado educacional, que possam compreender o contexto do que a nossa pós-graduação e nossos cursos de curta duração poderão entregar para sua formação.


5. Como a tecnologia pode ser utilizada para promover a criatividade e inovação nas práticas de aprendizagem? Quais são os desafios e oportunidades que a tecnologia traz para a educação?


Com a tecnologia sendo utilizada como uma ferramenta cognitiva (conceito de David Jonassen), pode-se explorar mais as análises, síntese, avaliação, produção de novas ideias, pensamento computacional, colaboração, senso crítico e ressignificar o contexto de aprendizagem a partir do referencial do estudante.


Um grande desafio é que o profissional e gestores da educação compreendam a tecnologia como uma grande aliada para atingir os objetivos de aprendizagem e não somente algo diferente e inovador que pouco agrega para o contexto educacional. Como afirma Mitchel Resnick no seu livro “Jardim de Infância para a Vida Toda”, publicado em 2020, “não adianta passar batom num porquinho”.


Os nativos digitais, como denomina Prensky, são estudantes já dessa geração que nasceram com os dispositivos móveis e possuem uma capacidade não-linear de aprendizagem. Por isso, é importante construir planos de aula que trabalhem o instrucional, mas também que explorem o construcionismo, o construtivismo, o conectivismo e consiga estimular a curiosidade dos estudantes. Importante também promover a aprendizagem em pares e assumir um papel de mediador de caminhos, o qual muda consideravelmente a relação entre professor e aluno.


6. Quais são as principais tendências e inovações na área da educação que você identifica atualmente? Como você acredita que essas tendências podem impactar o ensino e aprendizagem?


Tínhamos uma educação baseada em 2D, por exemplo, os livros. Hoje, as opções de 3D em diante são imensas e as metodologias imersivas estão tomando cada vez mais espaço, como realidade virtual, realidade aumentada, narrativas, metaverso e etc.


Além de trabalhar diferentes áreas no nosso cérebro, também nos possibilita criar e tomar decisões dentro de um contexto exploratório.


7. Como você vê o futuro da educação?


Compartilho muito a minha visão de futuro com a OCDE que projeta uma aprendizagem para 2030 com os valores no centro do processo de aprendizagem. E, também, com o Tony Wagner, responsável pelo laboratório de Inovação de Harvard, que diz que “a educação tem que mudar, não é mais o que pensamos, ou o que dizemos, mas quem somos em sala de aula”.


8. Quais são as principais mudanças e transformações que você espera que ocorram nos próximos anos? Como a criatividade e inovação podem contribuir para essas mudanças?


Espero que haja muito investimento na educação brasileira para formação de profissionais e gestores da educação.


É fundamental que os espaços de aprendizagem sejam revistos.


A criatividade e inovação serão frutos desse investimento, com toda a certeza.


Esta entrevista foi para divulgar a palestra que vou ministrar sobre este tema no Mackenzie e você pode acompanhar presencial ou online de forma gratuita. Basta preencher aqui a sua inscrição.

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